domingo, 20 de março de 2011

Amor fantasma

"...Sugeriu-me que para esquecer os fantasmas, é necessário conviver com eles, avisando-me que as coisas não se esquecem apenas porque as deixamos para trás, no final o que tinha de fazer era os colar na parede, como aqueles posters antigos daqueles ídolos músicais ou até mesmo os filmes que nos iam marcando trocando-os conforme a evolução dos tempos e do crescimento,aqueles que nos faziam sonhar, mas tinha de o fazer, para lembrar que ocupam o mesmo espaço que respiro. Ele fez-me ver que mesmo que fosse varrendo o mesmo chão não era isso que impedia de ele continuar sujo - "Amanhã continuará da mesma forma, mesmo que te faças pensar que o limpaste, os teus olhos não veem mais do que aquilo, portanto, valerá a pena limpar algo que saberás que o resultado será sempre o mesmo, apenas porque irá estar limpo momentaneamente?", nunca tinha pensado em tal coisa, e sem dúvida que me encorajou a dar-lhes a mão, a não os culpar, porque, afinal de contas quem os convidou fui eu, no meio da sua paixão sou eu que estou a mais, sou o inquilino indesejado que todos os moradores têm, "estou a mais...", foi isso que eu pensei, mas não vou embora, vou apenas afastar-me sem os perder de vista ou me assustar do amor deles, o amor fantasma que desconheço."

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